Como Nossos Pais

Breno Gomes
16 de jun.
2 min de leitura

Atualizado: 16 de jun.

Ao escutar a maravilhosa música de Belchior, interpretada por Elis Regina no Fantástico de 1976 (ao final do texto, coloquei o vídeo), me peguei fazendo uma reflexão importante. Até que ponto eu sou original? Estou realmente fazendo algo diferente? Me assustei com a conclusão! Segue o raciocínio…

Atualmente, dou aula para jovens que iniciam a Faculdade de Medicina sobre desenvolvimento pessoal abordando temas não relacionados ao aspecto técnico da Medicina. O objetivo é tentar ajudar na construção não só de grandes profissionais, mas de grandes pessoas.

Como cheguei no ponto atual da minha carreira? Claro que tive méritos, mas olhando para trás, acho que fiz apenas um “Control C + Control V” (copia e cola) na vida do meu Pai. Sou zero original quando olho para o meu maior exemplo. À ele, tenho apenas minha eterna gratidão por ser quem eu sou hoje. Querem entender o motivo?

Grande parte do que faço ou fiz, ele já havia feito antes. Resolvi fazer Medicina, ele já tinha feito. Cumplicidade extrema com minha esposa, aprendi com ele. Criar lembranças nas minhas filhas através de rituais, imito ele. Exercícios regulares, principalmente a corrida, ele já fazia desde sempre. Acreditar no consultório particular, mesmo quando todos falavam que já era impossível, ele acreditou bem antes. Aberto e ávido por tecnologia, ele tem prontuário eletrônico desde 1994! Virar amigo dos meus pacientes, ele sempre foi dos dele! Almoçar em casa todos os dias. Dormir depois do almoço. Voltar andando para casa do consultório. Enxergar a influência da indústria farmacêutica nas nossas prescrições como perigosa. Grande observador do comportamento humano e do universo, me apresentou a Teoria do Caos com um brilho nos olhos que tive que interromper os estudos da Medicina para estudar também! Quanto privilégio ter um Pai presente, amoroso e de cabeça aberta! Ele sempre soube que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa!

Pois é… definitivamente, não sou original e sou a prova viva da influência positiva dos Pais junto aos filhos. Se sou o que sou, foi porque tenho o exemplo vivo dentro de casa, com muito mais ações que discurso. Injusto seria se não falasse da Mamãe. Papai só é o que é por causa dela! Até nisso, eu o copiei! Sou o que sou, em grande parte, porque tenho a Camila ao meu lado! Escolher a pessoa certa para andar ao seu lado é essencial e eles me mostram isto todos os dias. Concluindo, o novo sempre vem, mas apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos, como os nossos Pais! Que bom! Sou eternamente grato por isso!